Antes de ler o texto abaixo, gostaria que você ouvisse essa música, ela é a razão do texto! =)
Fim de tarde.
Depois de uma longa briga com meu pai decidi
sair de casa. Como meu pai pôde ser tão injusto comigo? Sempre fomos tão
amigos! Mas de um tempo para cá, tudo que ele faz é me criticar e me comparar
com meu irmão mais velho.
Meus amigos sempre falaram que sou bonzinho demais. Que eu
devia quebrar as regras e pedir logo minha parte na herança. “Você tem ideia de
quantos anos mais seu pai viver?” Era o que eles sempre me falaram. E no fundo,
eu concordo com eles. E se meu pai demorar demais para morrer e no fim, eu for
o velho da história? De malas prontas
fui falar com meu pai. Quando eu o vi meu coração até baqueou. Ele se virou com
um largo sorriso achando que estava o procurando para pedir desculpas (algo que
sempre faço quando brigamos). Mas dessa vez, decidi que seria diferente. Ao
invés de reconciliação, outra briga. Eu o ofendi. Ele se irritou com meu
orgulho e falou coisas que eu precisava ouvir, mas não queria. Nos exaltamos.
Pedi minha parte na herança e disse que era para ele olhar bem para meu rosto,
pois essa seria a última vez. Meu pai que sempre soube o que falar dessa vez se
calou. Ah! Como eu gostaria que ele tivesse brigado comigo!
Aquele silêncio era
algo que eu não podia suportar. Ele pálido, mas decidido se trancou em seu
escritório e ficou lá por algumas horas. Eu o esperei na sala. Por um momento,
tive a impressão de ter escutado o choro do meu pai. Não dá para explicar a
forma que ele olhou para mim quando saiu do escritório: A dor, a decepção que
eu vi nos olhos dele... Por um momento,
achei que ele fosse implorar para que eu ficasse. Mas ele me entregou o
envelope com a quantia que havia reclamado e me acompanhou calado até o portão
de casa.
E eu estupidamente orgulhoso parti para viver a vida que eu
tanto sonhei. Eu nem sequer abracei meu pai quando parti! “Tarde demais para me
arrepender.” Foi o que pensei. E comecei a seguir meu caminho. Chega de
cobranças e responsabilidades! Chega de comparações com meu irmão! Quando já
estava a dar largos passos para longe de casa meu pai gritou: “Filho! Te espero
no portão!” Mania de família. Toda vez que alguém ia passar um tempo longe de
casa, minha mãe que já morreu falava: “Te espero no portão”.
E isso virou
jargão lá em casa.
Eu dei de ombros e continuei a trilhar meu caminho.
"Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade.Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos.
Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada."Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti.Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’.
A seguir, levantou-se e foi para seu pai. "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou" Lucas 15:14-20